Sábado, 28 de Junho de 2008

Extracto de Vida III

 

Trabalhava numa empresa do mesmo ramo. Fresco, descontraído, risonho, alto, muito alto, moreno e com o olhar mais meigo que alguma vez vi. Vi-o entrar, vinha falar com um colega meu, um andar descontraído, um sorriso tímido, enquanto admirava aquele corpo bem desenhado pensei - “Tenho de te sentir”.
 
Como se faz para tornar um estranho num conhecido, um conhecido num amigo, e um amigo num amante?
Comecei por sugerir um café colectivo, o que foi imediatamente aceite, e creio que ele ficou tão curioso e excitado da minha antecipação como eu estava com as minhas fantasias. Pouco falámos, como poderia eu atirar-me de cabeça se era a primeira vez que nos víamos.
 
No dia seguinte ligou, pediu para falar com o tal colega, creio que ligou todos os dias, até sairmos em grupo para um almoço, duas empresa do mesmo ramo, onde todos brincavam e falavam com todos.
Os almoços em grupo começaram a ser semanais, um dia passaram a ser saídas em grupo, à noite, com a ida à discoteca, tão em voga nos anos 80.
 
Com uns copos a mais, - “é melhor não conduzires nesse estado, porque não dormes no sofá, lá em casa?” – e tínhamos passado à fase da “visita de casa”. Faltava agora passar da fase do amigo ao amante.
 
Costumávamos sair todos os fins-de-semana, eu e os meus três amigos. Adorava sair com eles, o mais baixo tinha 1.75m de altura, sendo que os outros dois ultrapassavam o 1.80m, eu, com o meu 1.50m, sentia-me a rainha entre os gigantes protectores, era excitante sentir os olhares de inveja das outras mulheres quando eu saía com aqueles espécimes de macho.
 
Uma noite, reunidos em casa de um deles, a ver um filme, quando todos já dormiam espalhados pela sala, olhava-mos os dois, um para o outro, numa expectativa de excitação e de prazer. Sem pensar, levei um dedo á boca, sentia a necessidade de aumentar o estímulo e o meu corpo ansiava por senti-lo…
Foi como se ele tivesse levado uma injecção de adrenalina, mexeu-se inquieto na cadeira, os seus olhos seguiram a minha mão e a sua expressão alucinada mostrou-me o quanto estava excitado. Não resisti, comecei a chupar o dedo lentamente, enquanto a minha outra mão, foi para as minhas pernas e começou a subir lentamente. Os seus olhos não me largavam, a sua expressão era quase de dor. Enquanto continuava a mamar num dedo, com a outra mão, levantei a saia, comecei a acariciar-me por cima das cuecas, que estavam molhadas de excitação.
Ele gemeu, tapou a boca e com a cabeça disse-me que não, que parasse, ele já não aguentava mais. Parei. Eu sabia que não poderíamos fazer mais nada nessa noite.
 
No dia seguinte, eu estava só em casa, eram 9.30 da manhã quando ele bateu na minha porta. Confesso que me tinha preparado para ele, tinha tomado um duche, que em vez de me acalmar ainda me excitou mais, tinha vestido um vestido leve de verão, sem soutien, porque de nada me servia. Abri a porta, sorri antes de o deixar passar e, assim que fechei a porta, puxou-me para si e beijou-me sofregamente.
Não saímos da entrada, o nosso desejo era tão intenso que fizemos amor comigo no ar, contra a parede de entrada, sem esperar pelo tirar da roupa, ali mesmo senti-me desejada, possuída, e poucos minutos (será que foram minutos?) bastaram para gritarmos de prazer.
Um pouco envergonhados por tanto desejo egoísta e descontrolado, fomos para a sala, e sem falar, comecei a beijá-lo, lentamente, com tempo, queria senti-lo louco de desejo novamente, surpresa minha, ele estava pronto e desta vez, sem pressas, fez-me gemer loucamente, levando-me a níveis de prazer que eu ainda não conhecia.
Saiu da minha casa ao final da tarde, não sei o que me cruzava a mente mas, eu nem conseguia pensar de tão cansada.
 
Durante dois anos, todos os nossos encontros foram explosivos, sensuais, de uma loucura inebriante, mas redescobri que não existe um céu perfeitamente azul.
Ele procurou novas sensações, envolveu-se num relacionamento com um amigo e, incapaz de gerir a situação da sua dupla sexualidade, entrou na droga.
Acima de todos os meus desejos, sentimentos e emoções, sou mãe, e companhias nefastas em casa não permito, por isso, virei-lhe as costas. Veio despedir-se de mim quando emigrou. Soube anos depois que a droga tinha feito uma mais uma vítima.
 
O Silêncio

publicado por Fecho Aberto às 18:44
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5 comentários:
De CamaReira a 30 de Agosto de 2008 às 23:57
Com este, fiquei sem folego, ufaaa que loucura gostosa,
Entendo cada palavra, cada desejo, sentir. es deliciosa minha cara silenciosa.
Mas mais uma vez constato, sempre queremos mais. nunca chega, o ser humano é insaciável.

Beijos Ardentes.


De o_silencio a 1 de Setembro de 2008 às 15:44
Penso que a insatisfação faz parte da natureza humana............e nós somos só humanas

Beijo


De CamaReira a 1 de Setembro de 2008 às 23:29
Pois deve ser por isso. Apenas isso. Somos humanas.

Beijos Ardentes


De secrets in me a 1 de Setembro de 2008 às 10:18
Sinto o coração aos pulos.
Sem palavras.
Somente obrigado

beijinhos silenciosos


De o_silencio a 1 de Setembro de 2008 às 14:12
Gostei do teu comentário........confesso que na altura também fiquei.

Beijo


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