Terça-feira, 21 de Outubro de 2008

Encontros I

 

Nova colecção
 
O meu colega, antes de sair com um cliente, lembra-me que ela deverá estar a chegar com as amostras da nova colecção de pavimentos.
Em resposta à campainha, abro a porta a ela, uma jovem mulher, alta, magra, mas super dotada no peito, cabelo louro muito comprido, as calças pretas muito justas acompanham um top vermelho muito leve e translúcido, sobre umas sandálias muito altas.
  
Quando me sento na sala de reuniões, ela desata a falar de uma forma insegura, gaguejando, nervosa, e atira com todo o conteúdo da sua mala enorme sobre a mesa, o que me faz fechar os olhos e tento tirar dali o meu pensamento.
 
Quando ela se cala, abro os meus olhos, vejo-a muito atrapalhada e diz-me: “Não me está a ouvir, pois não?”. Tento acalmá-la, peço-lhe desculpa, dizendo-lhe que ela já tinha falado tudo com o meu colega, eu só estava ali para receber as amostras.
 
Enquanto ela volta a arrumar todo o seu arsenal, cara rosada e silenciosa, fixo o meu olhar no corpo dela, nos seus movimentos, condeno-me pela forma como tratei aquela mulher.
 
Levantei-me, fui buscar duas chávenas de café, quando volto a entrar na sala, ela está pronta para sair. Peço-lhe para ela se sentar e beber o café porque não quero que saia dali zangada comigo. Desculpo-me pelo meu cansaço e ela, pelo seu lado, pede desculpa pela pouca prática naquela profissão.
 
Passados poucos minutos sinto um desejo enorme de beijar aquela jovem mulher que está à minha frente. Não sei muito bem como é que reagi tão repentinamente, mas ao levantar-me de repetente, ela também se levantou quando me viu contornar a mesa e me dirigir a ela, com um ar assustado. Agarrei-lhe a cara entre as minhas mãos e beijei-a delicadamente na boca. Ela ficou estática, sem resposta, mas também não fugiu. Depois de a olhar nos olhos, sem tirar as mãos das suas faces, voltei a beijá-la delicadamente e desta vez ela também me beijou.
 
Tudo se agitou logo de seguida, numa prova contra o tempo, estávamos deitados no sofá, despidos, aos beijos sôfregos, as nossas mãos lutavam pela posse do corpo do outro.
 
O sexo foi selvagem, quente, desejado, demorado, explorando o catálogo de uma nova colecção de posições, em que ela se revelou uma extraordinária parceira com muita experiência.
 
Quando parámos a nossa respiração revelava a consequência de dois corpos cansados e suados, num sofá molhado e sujo, algumas amostras do meu colega espalhadas sobre a mesa, as chávenas do café partidas no chão.
 
Levei-a à casa de banho, onde ela se vestiu, enquanto eu fiz o mesmo na copa. Em silêncio ela voltou a pegar na sua mala e disse que tinha de sair. Conduzi-a à porta, ela deu-me as boas tardes e saiu.
 
Arrumei a confusão da sala, estava a tentar limpar o sofá, quando chegou o meu colega. Ele sorriu e perguntou-me: “Ela deixou ficar estas amostras todas?”. Pegou no monte e foi para a sala dele. Eu nunca mais a vi.
 
Fecho Aberto

 


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