Terça-feira, 9 de Setembro de 2008

Extracto de vida V

Como colega de trabalho era meu superior, apesar de estarmos em serviços diferentes, colaborávamos algumas vezes. É claro que já tinha reparado nos seus olhares gulosos, mas sexo com um colega era assunto tabu. Numa noite, em que fiquei até mais tarde, ofereceu-me uma boleia:

- É tão tarde, venha eu levo-a.
– Mas nem sequer lhe fica em caminho – respondi.
- Não tem importância, não vai ao meu colo, vai de carro – brincou.
- Bom, nesse caso talvez o carro se importe – disse-lhe.
Continuámos a brincar e eu acabei por aceitar a boleia, estava de facto cansada.
Pouco depois de sairmos do trabalho, perguntou-me:
- Não quer ir jantar qualquer coisa rápida?
- E a minha boleia?
- Não seja tonta, claro que janto consigo.
Levou-me a um restaurante delicioso, uma sala à meia-luz, com música ambiente, comemos uns bifes muito bons, um charme total.
Durante o jantar tive tempo para o olhar, para lá da “capa” de colega, era mais velho (com mais 12 anos que eu), descontraído, inteligente, com um aspecto cuidado, nada que se comparasse aos corpos musculados a que estava habituada, mas era dono de um corpo seco e tratado.
A conversa decorreu descontraída e solta, ri com vontade e fiquei mais solta ainda com a companhia do vinho, brilhantemente escolhido.
Quando acabámos de jantar era tarde e o dia seguinte era dia de trabalho No percurso de carro a música era suave, estimulante e sensual, jazz creio.
À porta da minha casa, parou o carro e quando abri a porta e lhe disse:
- Até amanhã, obrigado pela boleia - Puxou-me pelo braço, voltei-me para trás e encontrei a sua boca quente, excitada, exigente, correspondi ao beijo e surpreendi-me ao ficar excitada com o seu toque.
- Não me convidas para subir? - Perguntou-me.
- Mas… tu queres subir?
- Claro que sim tonta, quero fazer amor contigo – Respondeu.
Demorei um instante a decidir…
- Estaciona, vem.
Enquanto subíamos as escadas confesso que senti algumas dúvidas, mas ele deve ter sentido as minhas reticências, porque a meio da escada segurou-me, encostou o seu corpo às minhas costas e beijou-me a nuca, as minhas pernas ficaram fracas e o meu corpo disparou de excitação.
Abri a porta com ele encostado a mim, as suas mãos perdidas pelo meu corpo, excitada e pronta para o ter dentro de mim. Para o provocar levei-o para a sala e perguntei:
- Queres uma bebida? - Creio que ele também se sentia inseguro.
- Quero.
Servi o copo, com duas pedras de gelo, como tinha ouvido dizer que era correcto, e estendi-lhe o copo.
- A tua casa é muito agradável. - Disse-me.
Decidi ser má e sentei-me no seu colo, enquanto ele bebia, e comecei a desabotoar-lhe a camisa e disse-lhe:
- Agradável vai ser o que se segue.
Não me deu tempo para mais nada, pegou em mim ao colo e perguntou:
- Onde é o quarto - Levou-me ao colo, presa a ele, enquanto a sua boca procurava a minha, exigente e excitada.
No quarto, pousou-me na cama, despiu-me lentamente, saboreando cada bocado da minha pele que descobria, eu estava super excitada, queria-o dentro de mim, revelei-lhe a minha urgência:
- Não - respondeu-me - quero-te devagar.
Quando acabou de me despir, despiu-se rapidamente, deitou-se ao meu lado, estávamos os dois um pouco envergonhados, encostou-se a mim e beijou-me.
Gemi baixinho, e sem me perguntar nada, começou a percorrer o meu corpo delicadamente com os lábios, beijando aqui, chupando ali, mordiscando acolá. Eu estava doida de excitação, húmida até ao limite possível, e foi então que a sua boca procurou a minha humidade, tão suavemente, tão delicada, tão excitante, tão pouco apressado.
E assim, suavemente sem pressas sem pressões conduziu-me a um orgasmo violento, onde saltei, gritei, gemi, implorei. Quando sentiu que me tinha levado através de toda a etapa do prazer e me sentiu saciada, a sua boca subiu lentamente, quando chegou perto da minha beijou-me e de boca colada entrou dentro de mim, gemendo.
O seu ritmo lento levou-me mais uma vez a gemer de prazer, mas estava demasiado excitado e não conseguiu esperar pelo meu novo orgasmo.
Foi uma experiência espectacular, foi a primeira vez que alguém me deu um orgasmo no primeiro “encontro sexual”.
Repetimos mais uma vez, mas a situação profissional ficou complicada para nós, até que ele saiu da empresa, e não voltei a encontrá-lo.
 
 
 
O Silêncio

Quinta-feira, 28 de Agosto de 2008

Extracto de vida IV

 
 
Liguei-lhe, não porque o considerasse muito especial, mas porque me sentia muito só e tinha “fome”, uma enorme “fome”, daquelas fomes que só passam quando temos alguém dentro de nós e que nos consegue revelar até que ponto somos “boas”.
 
Era um belo exemplar, alto, atlético, com um cabelo ondulado alourado, muito apetecível, combinámos tomar um café, precisava de confirmar se a minha impressão de há uns meses atrás, numa reunião profissional, se mantinha e se ainda valia a pena o “esforço” de me insinuar.
 
 
Após o trabalho lá fui ter com ele, a um bar perto do seu local de trabalho, aconselhado por ele. Penso que também lhe apeteceu exibir-me para os colegas, não me fiz rogada, nesse dia tinha um vestido particularmente colante e curto, já que é para exibir que se exiba algo provocante.
 
Quando me viu, mediu-me toda, fiquei arranhada com aquele arrepio de me sentir desejada, ele estava exactamente como me lembrava, com especial destaque para o porte atlético. Decidi que o ia “comer” todo, mas antes sabia que tinha de dar a volta a uma questão.
 
 
Conversámos, rimos, bebemos o nosso café e disse-lhe que tinha de ir apanhar o meu transporte “Eu levo-te” diz ele, “Ok” respondi, pensei para comigo “escusas de tentar seja o que for porque hoje não levas nada”.
 
Portou-se lindamente, levou-me até ao meu transporte, na despedida deu-me um beijo nos lábios, desajeitado, ansioso, nervoso. Fui pelo caminho a pensar que teria de o ensinar a beijar, mas satisfeita por ter refreado a minha “fome”, permitindo que o que viesse a acontecer fosse premeditado, friamente, por mim.
 
 
No final da semana decidi ligar-lhe novamente, “Olá, apetece-te sair na Sexta-feira?” perguntei, “Contigo, saio nos dias que quiseres”, respondeu-me, (que resposta mais sem piada, mas eu não estava ali para lhe achar graça).
 
Na tal sexta-feira fiz questão de me tornar ainda mais provocante, tanto quanto me foi possível. Ao entrar no comboio verifiquei que tinha sido bem sucedida, não havia cabeça masculina que não me seguisse. O meu ego estava em alta quando fui ter com ele, e elevou-se no espaço quando me disse ao ouvido “Isso é tudo para mim?”, “Claro que sim, se tu quiseres” respondi eu.
 
 
Estava definido o ambiente da noite, levou-me a um bar onde voltou a me exibir perante uns amigos, mas o volume que ele tinha nas calças, as mãos que exploravam o meu vestido e que avaliavam o corpo que estava por baixo, eram sinais evidentes do seu desejo crescente e deixavam-me adivinhar que não estaríamos ali muito tempo. Até que ganhou coragem e me disse: “Quero estar sozinho contigo”, “Eu também” respondi-lhe.
 
Saímos do bar, levou-me até a um motel perdido na Serra de Sintra, subimos a um quarto com um aspecto “vazio”, onde a cama era tudo o que importava, e nós, ele excitado até ao cúmulo, eu triunfante por ter atingido o meu objectivo de uma forma rápida.
 
 
Virou-me de costas de repente, senti as suas mãos em mim com muita ansiedade, os seus lábios no meu pescoço revelavam uma respiração ofegante, senti como estava duro com a vontade de me ter, provoquei um pouco mais, rocei-me nele, gemeu. “Queres-me, queres que te meta todo?” disse-me, “Quero, quero todo” respondi.
 
Tirou-me a roupa de uma forma rápida, ansiosa, mas nem por isso desajeitada, enquanto isso eu desapertei-lhe o cinto das calças e os botões da camisa, mas não tive tempo para mais, atirou-me para cima da cama e acabou de se despir sozinho.
 
 
Subiu para a cama, abriu-me as pernas e de joelhos à minha frente, puxou-me, quase com violência até sentir que entrava em mim, aí, gemeu mais alto e, indiferente a qualquer outra coisa, puxou-me com violência, metendo-o todo até me obrigar a soltar um grito de dor.
 
A violência do momento obrigou-me a gemer de dor, tentei fugir, mas não foi possível, descarregou em mim o seu desejo animal que tinha criado de uma forma brutal, até que o senti encher-me com um orgasmo que o levou a gritar.
 
 
Fiquei quieta sem me mexer, um pouco receosa do próximo passo. Tudo tinha acalmado, pediu-me desculpa pela violência, perguntou-me como me podia compensar e, poucos minutos depois, senti que o seu desejo reacendia com a ajuda dos meus lábios e da minha língua.
 
Tivemos tudo para passar uma noite de sexo excelente, ele era uma pessoa “motivada” e “empenhada” mas um pouco desajeitada.
 
 
Nunca mais, nos meses seguintes, voltou-se a repetir aquela violência do desejo descontrolado e nunca, nem nos meses seguintes, me conseguiu provocar um único orgasmo.
 
Até que eu decidi não lhe telefonar mais.
 
É verdade, nunca cheguei a dar-lhe o meu número!
 
O Silêncio

Sábado, 28 de Junho de 2008

Extracto de Vida III

 

Trabalhava numa empresa do mesmo ramo. Fresco, descontraído, risonho, alto, muito alto, moreno e com o olhar mais meigo que alguma vez vi. Vi-o entrar, vinha falar com um colega meu, um andar descontraído, um sorriso tímido, enquanto admirava aquele corpo bem desenhado pensei - “Tenho de te sentir”.
 
Como se faz para tornar um estranho num conhecido, um conhecido num amigo, e um amigo num amante?
Comecei por sugerir um café colectivo, o que foi imediatamente aceite, e creio que ele ficou tão curioso e excitado da minha antecipação como eu estava com as minhas fantasias. Pouco falámos, como poderia eu atirar-me de cabeça se era a primeira vez que nos víamos.
 
No dia seguinte ligou, pediu para falar com o tal colega, creio que ligou todos os dias, até sairmos em grupo para um almoço, duas empresa do mesmo ramo, onde todos brincavam e falavam com todos.
Os almoços em grupo começaram a ser semanais, um dia passaram a ser saídas em grupo, à noite, com a ida à discoteca, tão em voga nos anos 80.
 
Com uns copos a mais, - “é melhor não conduzires nesse estado, porque não dormes no sofá, lá em casa?” – e tínhamos passado à fase da “visita de casa”. Faltava agora passar da fase do amigo ao amante.
 
Costumávamos sair todos os fins-de-semana, eu e os meus três amigos. Adorava sair com eles, o mais baixo tinha 1.75m de altura, sendo que os outros dois ultrapassavam o 1.80m, eu, com o meu 1.50m, sentia-me a rainha entre os gigantes protectores, era excitante sentir os olhares de inveja das outras mulheres quando eu saía com aqueles espécimes de macho.
 
Uma noite, reunidos em casa de um deles, a ver um filme, quando todos já dormiam espalhados pela sala, olhava-mos os dois, um para o outro, numa expectativa de excitação e de prazer. Sem pensar, levei um dedo á boca, sentia a necessidade de aumentar o estímulo e o meu corpo ansiava por senti-lo…
Foi como se ele tivesse levado uma injecção de adrenalina, mexeu-se inquieto na cadeira, os seus olhos seguiram a minha mão e a sua expressão alucinada mostrou-me o quanto estava excitado. Não resisti, comecei a chupar o dedo lentamente, enquanto a minha outra mão, foi para as minhas pernas e começou a subir lentamente. Os seus olhos não me largavam, a sua expressão era quase de dor. Enquanto continuava a mamar num dedo, com a outra mão, levantei a saia, comecei a acariciar-me por cima das cuecas, que estavam molhadas de excitação.
Ele gemeu, tapou a boca e com a cabeça disse-me que não, que parasse, ele já não aguentava mais. Parei. Eu sabia que não poderíamos fazer mais nada nessa noite.
 
No dia seguinte, eu estava só em casa, eram 9.30 da manhã quando ele bateu na minha porta. Confesso que me tinha preparado para ele, tinha tomado um duche, que em vez de me acalmar ainda me excitou mais, tinha vestido um vestido leve de verão, sem soutien, porque de nada me servia. Abri a porta, sorri antes de o deixar passar e, assim que fechei a porta, puxou-me para si e beijou-me sofregamente.
Não saímos da entrada, o nosso desejo era tão intenso que fizemos amor comigo no ar, contra a parede de entrada, sem esperar pelo tirar da roupa, ali mesmo senti-me desejada, possuída, e poucos minutos (será que foram minutos?) bastaram para gritarmos de prazer.
Um pouco envergonhados por tanto desejo egoísta e descontrolado, fomos para a sala, e sem falar, comecei a beijá-lo, lentamente, com tempo, queria senti-lo louco de desejo novamente, surpresa minha, ele estava pronto e desta vez, sem pressas, fez-me gemer loucamente, levando-me a níveis de prazer que eu ainda não conhecia.
Saiu da minha casa ao final da tarde, não sei o que me cruzava a mente mas, eu nem conseguia pensar de tão cansada.
 
Durante dois anos, todos os nossos encontros foram explosivos, sensuais, de uma loucura inebriante, mas redescobri que não existe um céu perfeitamente azul.
Ele procurou novas sensações, envolveu-se num relacionamento com um amigo e, incapaz de gerir a situação da sua dupla sexualidade, entrou na droga.
Acima de todos os meus desejos, sentimentos e emoções, sou mãe, e companhias nefastas em casa não permito, por isso, virei-lhe as costas. Veio despedir-se de mim quando emigrou. Soube anos depois que a droga tinha feito uma mais uma vítima.
 
O Silêncio

Quarta-feira, 11 de Junho de 2008

Extracto de Vida I

 

 
Estávamos os dois deitados, na minha cama, no meu quarto.
Era já habitual, quando ele ia lá a casa irmos para o meu quarto, ouvíamos música deitados lado a lado. Gostava de sentir o calor daquele corpo estranho, sentia um arrepio com a sua respiração a minha nuca.
O meu corpo sabia o que o meu cérebro nem adivinhava, que tudo aquilo fazia parte do processo natural de acasalamento de dois corpos fisicamente prontos.
 
Um dia, entre beijos e suspiros, senti algo quente e macio entre as minhas pernas, senti que esse algo forçava a sua entrada em mim, e pensei:
 
“ ….Aconteceu”.
 
Abri as pernas instintivamente, toda eu sabia como proceder, estava húmida de curiosidade e desejo de o sentir, e ele ao sentir o meu abandono, não hesitou um segundo……entrou em mim com toda a ânsia do seu desejo de adolescente.
 
Os seus movimentos tornaram-se mais frenéticos e, de repente parou, e o meu cérebro, distante e frio, analisou:
 
- “Tanto alarde por uma coisa tão pouca”
 
Eu tinha 14 anos e 1 semana, era uma senhora….ele tinha 16, a fazer 17 em Outubro, um homem.
 
“Deveria doer? “
 
Hoje sei que sou das felizardas a quem nem o corpo nem a mente espartilharam a vivência do sexo, mas na altura pensei ser diferente…….
 
”Então não há sangue?”
 
 
Alguns meses depois, numa tarde passada em sua casa, a meio de uma sessão de estudo, adivinho, mais do que sei, a sua vontade, levantei os olhos e vejo o seu olhar passeando em mim….sorri.
 
Foi quanto bastou para largar os livros e a sua mão pousar entre as minhas pernas. Desajeitado, tem movimentos já seguros de posse, mas trémulos de desejo, puxa-me para si, beija-me, sinto-lhe a língua exigente, dominadora, deixo a sua mão tocar-me, excita-me o seu desejo.
 
Agora já sei que o meu corpo pouco precisa de preliminares, já sei também que a parte de maior prazer é agora, antes de ele entrar dentro de mim….e acabar rapidamente.
 
Mas, desta vez, eu quero…….quero senti-lo dentro de mim, tenho pressa……quero sentir-me cheia por ele……já acabou? Mas eu quero mais, não deixo de saia de mim….insisto, ele queixa-se, eu não quero saber, “quero mais “ digo, “deixa-me descansar” responde-me, “não, quero mais, dá-me mais”, e de repente descubro onde está o meu poder……………
 
- ” Queres mais?” diz-me e sinto-o a crescer dentro de mim e, com uma cadência mais brutal a entrar e a sair, pela primeira vez gostei de fazer sexo.
 
Autora: O Silêncio
 
(Obrigado pela partilha e votos de boa continuação de trabalho para este espaço de convívio são e aberto, sem censura ou julgamento)

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