"Ela diz-me: Do princípio ao fim amamos sempre o mesmo. O que vamos amando é que encaixa pior ou melhor nesse mesmo. Por vezes é preciso forçar um bocadinho. Por vezes julgamos que é exactamente, finalmente isso por que ansiámos e exultamos para depois descobrirmos que nos enganáramos, redondamente. Do princípio ao fim o mesmo, que não há maneira de saber o que é. Continue tentando. Faz parte do verdadeiro procurar o não saber o que se procura, o estar permanentemente à espera de ser surpreendido, o ser surpreendido. Continue, diz ela."
cala a minha boca com a tua - pedro paixão
E ela diz: amor. E eu digo amor e ficamos muito tempo calados a ouvir as gotas da chuva a caírem no pátio, sobre as copas negras das árvores, naquele quarto de que ninguém sabe o lugar, o tempo, as estrelas invisíveis, escondidas.
Achas que haverá duas gotas a caírem exactamente no mesmo momento? Depende da precisão, da probabilidade, depende da velocidade do vento.
Dói-me o lado esquerdo do peito. Uma dor nem interior, nem à superfície. Uma dor tão real como a imaginação, uma dor sentimental. A dor da morte no meu peito diante o esplendor da tua cara.
cala a minha boca com a tua - pedro paixão
A rapariga que só se alimenta de açúcar diz-me que tem muitas saudades de mim, mas nenhuma vontade de me ver.
Eu, que me alimento de flores, minto. Digo-lhe que sinto as duas coisas, quando na verdade não sinto nenhuma.
Lembro-me só de a sentar em cima da mesa, desabotoar-lhe lentamente a blusa, morder-lhe os seios e pensar: agora que as coisas estão a começar é que estão a acabar.
A justiça. A Maria, imóvel e serena, a olhar-nos.
cala a minha boca com a tua - pedro paixão
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