Estávamos os dois deitados, na minha cama, no meu quarto.
Era já habitual, quando ele ia lá a casa irmos para o meu quarto, ouvíamos música deitados lado a lado. Gostava de sentir o calor daquele corpo estranho, sentia um arrepio com a sua respiração a minha nuca.
O meu corpo sabia o que o meu cérebro nem adivinhava, que tudo aquilo fazia parte do processo natural de acasalamento de dois corpos fisicamente prontos.
Um dia, entre beijos e suspiros, senti algo quente e macio entre as minhas pernas, senti que esse algo forçava a sua entrada em mim, e pensei:
“ ….Aconteceu”.
Abri as pernas instintivamente, toda eu sabia como proceder, estava húmida de curiosidade e desejo de o sentir, e ele ao sentir o meu abandono, não hesitou um segundo……entrou em mim com toda a ânsia do seu desejo de adolescente.
Os seus movimentos tornaram-se mais frenéticos e, de repente parou, e o meu cérebro, distante e frio, analisou:
- “Tanto alarde por uma coisa tão pouca”
Eu tinha 14 anos e 1 semana, era uma senhora….ele tinha 16, a fazer 17 em Outubro, um homem.
“Deveria doer? “
Hoje sei que sou das felizardas a quem nem o corpo nem a mente espartilharam a vivência do sexo, mas na altura pensei ser diferente…….
”Então não há sangue?”
Alguns meses depois, numa tarde passada em sua casa, a meio de uma sessão de estudo, adivinho, mais do que sei, a sua vontade, levantei os olhos e vejo o seu olhar passeando em mim….sorri.
Foi quanto bastou para largar os livros e a sua mão pousar entre as minhas pernas. Desajeitado, tem movimentos já seguros de posse, mas trémulos de desejo, puxa-me para si, beija-me, sinto-lhe a língua exigente, dominadora, deixo a sua mão tocar-me, excita-me o seu desejo.
Agora já sei que o meu corpo pouco precisa de preliminares, já sei também que a parte de maior prazer é agora, antes de ele entrar dentro de mim….e acabar rapidamente.
Mas, desta vez, eu quero…….quero senti-lo dentro de mim, tenho pressa……quero sentir-me cheia por ele……já acabou? Mas eu quero mais, não deixo de saia de mim….insisto, ele queixa-se, eu não quero saber, “quero mais “ digo, “deixa-me descansar” responde-me, “não, quero mais, dá-me mais”, e de repente descubro onde está o meu poder……………
- ” Queres mais?” diz-me e sinto-o a crescer dentro de mim e, com uma cadência mais brutal a entrar e a sair, pela primeira vez gostei de fazer sexo.
Autora: O Silêncio
(Obrigado pela partilha e votos de boa continuação de trabalho para este espaço de convívio são e aberto, sem censura ou julgamento)
Relato da primeira experiencia. Lendo-te recordei a minha. Uma idade diferente, uma maturidade diferente um desejo diferente e ao mesmo tempo a mesma insatisfação. Tudo melhora com o tempo, graças a deus. Bem descrito, doce e intenso. Quero mais. Vê lá se não paras e contas mais relatos. Um dia vais contar outras primeiras vezes, Será? :)
O_silêncio , venho agradecer-te o comentário, acabo a descobrir que podes ser uma das minhas primeiras vezes. Com um único senão; invisto sempre na segunda e na terceira porque insisto na evolução, é inato, é da espécie. Gosto de evoluir em tudo e as segundas e terceiras vezes podem ser melhores ou simplesmente diferentes. Ponho a mesa, sirvo um vinho e espero-te para continuar a conversa?
Servi o vinho, não enchi o copo, assim não precisas de te demorar. Se decidires ficar o próximo enches tu e saberei que permaneces. Não confesses mais deixa-me tentar adivinhar o resto. Porque o sexo é uma meta que quando se avista nos faz permanecer na corrida mas até lá o percurso é uma maratona variada de condimentos necessários ao triunfo na corrida das emoções. Quem sabe já nos cruzámos sim, o teu aroma não me é estranho e eu tenho um olfacto apurado que alio ao Beijo de seda.
Serei ambicioso? Estou apenas de passagem até ter um motivo para parar. Gostaria de fazer a ponte entre esta nossa conversa mas parece-me ser preferível ler os comentários para trás, eles são poucos e fáceis de reter. Eu confesso que só avanço para um conhecimento mais aprofundado quando não existem tabus em relação a nada e muito menos a sexo. Sexo é coisa de que detesto falar.... Mas quando o faço jamais posso ser acusado de ter puxado a conversa, porque sexo para mim não é conversa é atitude. Emoções e sentimentos podem andar por perto, são inconfundíveis e viajam juntos. Não tenhas medo do lobo mau, isso são histórias e mesmo o que comeu a avozinha poderia provavelmente ter sido domesticado. Beijo de seda.