Terça-feira, 29 de Julho de 2008

"Sei-os de cor" - Um hino à mulher, ao corpo feminino.


Sei-os de cor.

Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já,
Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus
(Banal imagem) a colinas!
Com donaire avançam os teus seios,
Ó minha embarcação!
Porque não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p'la manhã?
Quantas vezes
Interrogastes, ao espelho, os seios?
Tão tolos os teus seios! Toda a noite
Com inveja um do outro, toda a santa
Noite!
Quantos seios ficaram por amar?
Seios pasmados, seios lorpas, seios
Como barrigas de glutões!
Seios decrépitos e no entanto belos
Como o que já viveu e fez viver!
Seios inacessíveis e tão altos
Como um orgulho que há-de rebentar
Em deseperadas, quarentonas lágrimas...
Seios fortes como os da Liberdade
-Delacroix-guiando o Povo.
Seios que vão à escola p'ra de lá saírem
Direitinhos p'ra casa...
Seios que deram o bom leite da vida
A vorazes filhos alheios!
Diz-se rijo dum seio que, vencido,
Acaba por vencer...
O amor excessivo dum poeta:
"E hei-de mandar fazer um almanaque
da pele encadernado do teu seio"
Retirar-me para uns seios que me esperam
Há tantos anos, fielmente, na província!
Arrulho de pequenos seios
No peitoril de uma janela
Aberta sobre a vida.
Botas, botirrafas
Pisando tudo, até os seios
Em que o amor se exalta e robustece!
Seios adivinhados, entrevistos,
Jamais possuídos, sempre desejados!
"Oculta, pois, oculta esses objectos
Altares onde fazem sacrifícios
Quantos os vêem com olhos indiscretos"
Raimundo Lúlio, a mulher casada
Que cortejastes, que perseguistes
Até entrares, a cavalo, p'la igreja
Onde fora rezar,
Mudou-te a vida quando te mostrou
("É isto que amas?")
De repente a podridão do seio.
Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios...
Uma roda de velhos seios despeitados,
Rabujando,
A pretexto de chá...
Engolfo-me num seio até perder
Memória de quem sou...
Quantos seios devorou a guerra, quantos,
Depressa ou devagar, roubou à vida,
À alegria, ao amor e às gulosas
Bocas dos miúdos!
Pouso a cabeça no teu seio
E nenhum desejo me estremece a carne.
Vejo os teus seios, absortos
Sobre um pequeno ser.
 

publicado por Fecho Aberto às 23:48
link do post | deixa o teu comentário | adicionar favoritos
8 comentários:
De CamaReira a 30 de Julho de 2008 às 21:38
Retiro-me em silêncio nesta perfeição não me meto.

Beijos Doces....


De Fecho Aberto a 31 de Julho de 2008 às 00:37
Mas podes comtemplar a perfeição da nossa amiga Silenciosa e dar a tua opinião crítica sobre o que eu revelo dela!


Comentar post

#últimos

# até logo

# por todo o lado

# Piscina à noite

# biblioteca aberta

# Casal pistoleiro

# Formação

# Verdade ou Desafio

# Sinais teus são as minhas...

# Soumission

# Sweet kiss

# Sweet kiss

# Relax...it's just sex!

# saudade do teu beijo doce

# Beijo Doce

# Quero agora

# Parabéns minha Fada!

# Jogo para iniciados

# Kissing

# vamos fazer um anúncio?

# Anda, dança para mim...

# minha...

# fim de semana divinal

# Nossos momentos

# Lua cheia

# 3 faces da LUA

# Procuro-te

# Tão pouco do lado de cá.....

# Closer, baby

# Hei, lets go to start

# Passion

# lábios dormentes de sauda...

# o tempo aquece, a saudade...

# A que horas nos encontram...

# Vamos brincar

# Erotika

# Deixa-me enrolar a minha ...

# Delírios

# faltam-me os teus...

# You are not alone

# O som do meu silêncio

# penso em ti e acompanho-t...

# Morde-me

# Simples milagre

# Ao fim do "teu" mundo

# Besame mucho

# Sweet Kisses

# Libertação, preciso

# Beijo louco

# Os 30 beijos do Kama Sutr...

# I hope you don't mind

#links

#tags

# todas as tags

#eu


# ver perfil

# seguir perfil

. 23 seguidores

#pesquisar aqui

 
Em destaque no SAPO Blogs
pub