Como uma criança encantada, aprendo a mexer nas prendas que me deste, faço experiências, paro e recordo a nossa troca de prendas.
Tens os teus lindos e doces olhos a brilharem num sorriso de satisfação. Tenho mais uma para ti, incompleta porque não consegui todas as peças que desejava. Abro eu o pequeno saco, tiro uma peça de cada vez, desatas a rir ao ver o triângulo maior, deixo o par de triângulos menores sobre o teu peito e tenho dificuldade em te enfiar o barrete na cabeça.
Foges de mim e enfias-te na casa de banho para ver como te fica. Não consigo esperar por ti e espreito-te à porta. És a mais doce mãe natal.
Os meus olhos não conseguem revelar o meu encanto, abraço-te por detrás de ti, para me deliciar com o teu reflexo no espelho. As minhas mãos perdem o controle e passeiam-se por cada pedaço de magia que se liberta do teu corpo. Roças-te em mim e deixas-me louco. Esqueço-me que ainda há pouco, quando chegaste, fizemos uma viagem de delírio ao espaço do prazer supremo.
Os dedos escorregam no teu corpo e toco ao de leve nos lábios que gemem e vibram para mim. Abrem-se para os meus dedos que massajam o teu clítoris, já quente, húmido, gemido, a empurrar o teu corpo contra mim em cada toque dos meus dedos.
Delicio-me a apreciar a dança dos nossos corpos, refugiados entre uma sanita e um lavatório, revelados por um espelho que denuncia o prazer que se liberta dos teus olhos, o desejo esmagado pela tua respiração ofegante, a entrega inquietada pelas tuas mãos na busca das minhas.
Esqueço a demora, a hora, a casa de banho, a casa, a rua, o bairro, a cidade… o meu mundo és tu, agora… por mais voltas que dê na tua órbita, tenho-te nos dedos, tenho-te nos olhos, tenho-te nas narinas, tenho-te nos ouvidos, tenho-te na língua.
O meu sexo cansa-se do teu roçar, com uma mão liberto-o das calças que caiem por si, ele procura o teu fogo desenfreado, mal desvias o pequeno triângulo que teima em tapar-te e já ele te penetra toda.
Tento parar para sentir a tua humidade que me aperta e abafa o nosso fogo, mas tu pulsas loucamente ao ritmo do gemer da tua respiração. Devoras-me todo como se não fosse teu há muito.
Todo o meu corpo entra em descontrole total, limito-me a assistir ao jogo de dois corpos loucos que se desejam numa luta frenética até explodirem de prazer e sentir-me banhado em mel. Enquanto os nossos lábios sossegam a nossa respiração, os nossos olhos falam entre si debruçados sobre o espelho de uma pequena casa de banho.