Sábado, 13 de Setembro de 2008

A Minha Primeira Vez III

 

 

 

20 anos, aquela busca incessante por alguém que me desse mais do que as minhas mãos, que se unisse a mim e me completasse, passou.
Deixei de procurar de esperar e continuei o meu dia a dia.
Estudava de noite, trabalhava de dia.
Chegava a casa, e o cansaço não me deixava dormir, usava as minhas mãos no meu corpo e o voo abençoado chegava e com ele o sono profundo.
 
 
Certo dia a caminho da escola encontrei alguém que me chamava a atenção, alto, um ar sério, um rosto bonito.
Olhei-o e, subtilmente, fui-me fazendo notar.
Senti vontade de saber mais sobre ele, percebi que andava na escola também, na minha escola.
À saída percebi que poderia encontrá-lo, esperei sem que ele soubesse, vi-o a sair e fui andando à frente, saberia que ele me alcançaria.
Há coisas que uma mulher sabe.
E como previ, alcançou-me, começámos a conversar, passámos a fazer o percurso juntos e iniciámos o namoro.
 
 
O primeiro beijo nada teve a ver com aquilo com que tinha imaginado, mas a minha inexperiência e a minha solidão já não permitia que vivesse na espera de um sonho, de encontrar algo que podia não existir, afinal não era diferente de muitos outros beijos que tinha trocado por engano.
O arco-íris que sonhei ver ao beijar uma boca, era invenção dos poetas e dos realizadores dos filmes.
 
 
Uma vez envolvidos em beijos e abraços, estávamos tão bem, saiu dos meus lábios, “um amo-te…” mas só ouvi o silêncio como resposta, nada, nem um carinho, um abraço, algo que demonstrasse sentimento.
É o seu sentir, hoje sei que é mesmo, e sei também que há pessoas que não sabem expressar sentimentos e emoções e perdem aqueles que amam, com o passar do tempo.
Percebi que não havia o romance idealizado pelo cinema, aquele amor não existia, mas amava eu, assim me entreguei de todas as formas, porque é assim que me sei dar.
Já era adulta e precisava ter uma vida, precisava fazer parte do conjunto de pessoas normais.
 
 
Agora faltava o contacto íntimo, faltava o voar a dois, do qual eu fugia, nem sabia muito bem porquê, influência de pais e da sociedade em si (meninas de bem não fazem essas coisas).
Mas um dia, com a maior naturalidade aconteceu, vínhamos de um passeio e já estava escuro, no caminho, que sabíamos não passar ninguém, parámos, beijámo-nos, senti as mãos dele a abrir o fecho das minhas calças, deixei que continuasse, aquele calor começou a subir-me pelas coxas e foi-se instalar no meu sexo, os dedos dele já lá estavam a explorar-me, gemi, e ele continuou, senti as mãos dele a pegar na minha e a conduzir-me ao seu fecho, abri-o, meti lá dentro as minhas mãos e senti, pela primeira vez, o sexo de um homem a saltar-me na mão, duro, teso, quente, no vaivém ritmado da minha mão percebia que ele delirava e que os seu gemidos eram de muito prazer, apressava os movimentos á medida que ele apressava os seus em mim, o meu botão ardia e voámos nas mãos um do outro.
 
 
Passado algum tempo depois ficámos a sós, uma tarde em casa dele, os pais tinham saído, estávamos loucos de vontade de ir mais longe, despimo-nos, tocámo-nos, já me sentia toda
molhada, o seu sexo estava rijo, quente, começámos a penetração, senti-o a tentar entrar, mas havia como que uma força a não deixar que isso acontecesse, de repente, uma dor atroz me atravessou as entranhas e um grito soltou-se da minha garganta, estava dentro de mim, sentia-o quente, num vaivém ritmado, um calor gostoso invadia-me e, de repente, sem pensar em mais nada, senti-me cheia daquele liquido peganhoso que dele saia a escorrer-me pelas entranhas.
 
 
E o fogo de artificio onde está?
E o voo sem fim a planar pelo quarto?
Nada?
Nada!
Nada…
Não havia mais nada.
Será da próxima vez…
 
CamaReira

Terça-feira, 9 de Setembro de 2008

A Minha Primeira Vez I

 

A minha descoberta.
 
 
 
Há muito, muito tempo era eu ainda uma menina, ingénua como tantas outras, mas com um ardor incompreensível para mim. O meu corpo crescia a olhos vistos, fisicamente estava uma mulher e apesar da ingenuidade, crescia em mim um ardor interior difícil de conter e do qual eu não tinha noção, apenas sentia.
 
 
Certo dia enquanto andava de bicicleta senti algo estranho no meu corpo, um tremor interior que percebi que aumentava à medida que apertava a minha vagina (na altura, o meu pipi) contra o selim da bicicleta, quanto mais aumentava a pressão mais aumentava o calor e a sensação gostosa que me fazia pedalar com mais força e intensamente até que senti uma vibração, algo dentro de mim tinha explodido e sentia-me voar enquanto pedalava e voava…
 
 
Fui para casa sem saber o que tinha acontecido, deitei-me na minha cama, despi-me e pesquisei o meu corpo, o meu pipi, que estava molhado e escorregadio, mas ninguém me sabia dizer o que era aquilo, nenhuma das minhas colegas o sabia. Fiquei assim, desejosa de voltar a andar de bicicleta.
 
 
Alguns dias mais tarde enquanto arrumava o quarto do meu irmão descobri umas revistas de banda desenhada, apercebi-me de homens e mulheres em posições estranhas e fazendo coisas que eu desconhecia. Enquanto desfolhava cada folha, comecei a sentir o mesmo calor intenso a subir-me por entre as pernas e a instalar-se no meu pipi que tremia e saltava, como que por instinto as minhas mãos ganharam vida própria e comecei a tocar-me onde sentia aquele ardor. Encontrei dentro de mim um botãozinho que quanto mais eu tocava, mais ele saltava e mais calor me dava, um calor tão gostoso um prazer tão guloso e eu não consegui mais parar, à medida que a pressão da minha mão aumentava mais prazer sentia, sim era essa a palavra era esse o termo, prazer… e a sensação do voo enquanto andava de bicicleta voltou, voltei a voar, desta vez fechada no quarto do meu irmão, deitada na cama, as minhas mãos não paravam e eu voei… planei pelo quarto, deitada naquela cama.  Sentia-me calma, leve. Mas não me chegava. Queria mais, precisava de mais. E desde daí foi uma busca constante, por mais…
 
 
 
Voltei atrás no tempo, fui lá bem ao fundo das minhas memorias, para me lembrar que a minha busca, a minha procura por saber, por querer aquele sentir e mais daquele prazer que me lembrei que a informação de que precisava, não existia, os adultos fugiam das respostas e as minhas colegas de infância também não sabiam desse sentir, hoje sei que era precoce, e assim, comecei por tentar ensinar à minha amiga da escola, o que tinha descoberto, mas de uma forma mais intensa, mais directa.
Certa tarde depois da escola, sem ninguém em casa e enquanto brincávamos comecei a tocar nela, a princípio fugiu, inibida e assustada com medo de mim, mas mesmo assim embaraçada deixou que eu lhe dissesse com as minhas mãos o prazer que podia sentir, todo o seu corpo tremeu, peguei nas suas mão e ensinei-a onde me tocar e ia tocando nela, acariciando-a, sussurrava-lhe para ela me fazer como eu fazia nela, e assim começamos a descobrir o corpo uma da outra.
 
 
As sensações provocadas por umas mãos que não as minhas eram deliciosas, intensas, gostosas, e na ânsia de voar, afinal, não sabia que podia ser muito melhor estar assim a sentir lentamente, depressa chegamos ao êxtase, ao primeiro dela, que envergonhada por aquilo que tinha acontecido não conseguiu olhar-me e continuou na brincadeira. Não falamos mais nisso, continuamos nas nossas casinhas de bonecas e mães e filhos, assim o dia passou.
Certo dia, nas nossas brincadeiras de mães e filhas e pais, tocamo-nos e voltamos a sentir aquela vontade, começamos de novo, desta vez já sem o medo inicial dela, e cheia de vontade de voltar a sentir aquele voo gostoso recomeçamos o nosso jogo e estávamos tão envolvidas que não reparamos que entrou na nossa tenda de bonecas o primo dela, bem mais velho, que estava ali a observar-nos. Quando demos por ele os olhos dele chispavam do que hoje sei ser tesão e desejo, olhou-me e disse-me que podia dar-me mais do que ela. Que sabia mais sobre aquelas brincadeiras. Tremi de medo e de excitação, ela saiu e ficamos a sós. Gostava daquele olhar que ele me dirigia, pediu que me deitasse e tocou-me, sim ele sabia tocar-me muito melhor que ela, percorria-me com as mãos, sabia tirar do meu corpo sensações ainda mais fantásticas que eu ou ela, entrou em mim com alguma coisa macia, sentia a doçura daquele toque aquele entrar e sair era delicioso, e de repente senti um enorme espasmo dentro de mim. Uma sensação quente e envolvente, doce e o meu corpo soluçava, e ao mesmo tempo acalmava. Tinha sido realmente muito bom. Fomos embora, envergonhados e ao mesmo tempo felizes, achava eu.
Descobri então que os rapazes, faziam daquilo a sua história, da sua maneira e que neles era tido como normal, em mim não. Percebi então que sexo era considerado feio e sujo para as mulheres, e que as meninas boas não faziam isso. Não sei o que aconteceu a seguir, porque desta parte não consigo lembrar e enterrei nas minhas memórias, naquele canto em que ficam adormecidas, apagadas para sempre.
Sei que nunca mais tive namorados nem deixei nenhum rapaz chegar perto de mim e deve ter sido nesse tempo que comecei a viver de sonhos e contos de fadas. A espera do príncipe que um dia iria aparecer, mas esse príncipe nunca aparecia e à noite na solidão do meu quarto, quando todos dormiam eu me tocava, sentia aquele fogo, aquele prazer chegar, voava e adormecia.
Cresci, e na adolescência me tornei uma mulher precoce, avantajada e provocava nos homens, principalmente nos bem mais velhos, murmúrios e piropos ordinários que detestava e me metiam nojo.
 
Comecei a usar esse charme, com rapazes, e essa sedução, tinha uma fila de pretendentes. Mas nenhum me fazia vibrar.  E nada de encontrar aquele amor… Os anos foram passando, as minhas amigas saíam com os namorados e eu sempre só. Estudava, dançava e vivia sem aquele carinho. À noite voava sozinha, e esquecia. E assim cheguei aos 20 anos, alegre, divertida e só.
 
CamaReira

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